Da televisão ao cinema, triste cena!
Nas férias temos tempo para tudo, inclusive para fazermos bolinhas com os macacos do nariz enquanto nos deslumbrarmos com a programação dos nossos canais televisivos em sinal aberto. Não há argumentos e muito menos factos. Há coisas repetidas, as mesmas histórias realizadas por pessoas (apenas) fisicamente diferentes. Se, por ventura, algum programa surge como uma brisa de ideias frescas, é relegado para o quinto dos infernos da grelha televisiva (viva a RTP 2!). Tirando o jornal da manhã e a RTP2, nada mais se aproveita.
O dia televisivo começa bem cedo com um grupo de desocupados e videntes lisboetas a falarem de outros grupos de desocupados e lisboetas em maior grau.
As telenovelas (única, real e séria pandemia com a qual as populações se deveriam preocupar), que vêm depois, rodam das 12 horas até depois da meia noite, e falam sempre da ceguinha ou da menina pobre que também é empregada de limpeza e sabe cantar bem como o caraças e que também tem artes de estilista e de muitas outras coisas. Menina essa, que apesar de ser constantemente atormentada por cólicas renais, consegue descobrir, mesmo ao cair do pano, que os pais eram bué de ricos e que afinal, o final só agora feliz, já deveria ter acontecido há éne de tempo. Já chega de ceguinhas e meninas pobrezinhas, pode ser? E, já agora, passem essas coisas mais cedo que os avozinhos precisam de dormir e as criancinhas têm que levantar cedo para irem à escola.
Depois há uma série de séries em que entram cães e detectives porque a investigação acompanhada de um gato é pouco na moda e ainda ninguém nos outros países europeus arriscou essa espécie de bicho no argumento dos filmes sobre detectives. Nem esse bicho nem outra coisa que não seja sobre detectives. Onde está a nossa criatividade, porra?! Já que o detective tem que ser mesmo detective e tem que andar auxiliado por um animal qualquer, que surja no ecrã com um super-pato que consegue abrir os portões mais secretos e qualquer tipo de lata de cerveja com o seu super-bico, dá para ser?
Os detectives, os polícias, os cães, estão para as nossas séries televisivas como os canalizadores atléticos, os mecânicos oleosos, os fatos de macaco, as meninas com mini-saias aos folhos, as enfermeiras de bata reduzida e branca, os lábios pintados de vermelho, os palheiros, as oficinas e as salas de arrumos dos hospitais estão para os argumentos dos filmes pornográficos: Ultrapassados!
Os concursos e os programas de entretenimentos, conduzidos por gordos e gordas, com comportamentos bipolares, são cópias mal feitas dos programas realizados lá fora. Parece que em Portugal já ninguém tem a capacidade para inventar sozinho, e sem ter que pagar direitos de autor, um cenário para meter quatro ou cinco caramelos a responderem a meia dúzia de perguntas com grau de dificuldade zero.
E os telejornais das oito? Cadela presa e violada desde as 4 da manhã até às 11 da noite sobrevive e consegue escapar-se ilesa das mãos do agressor / O preço do crude atinge novo máximo histórico / Não perca já a seguir, cadela presa e violada desde as 4 da manhã até às 11 da noite que sobrevive e consegue escapar-se ilesa das mãos do agressor / Cinquenta mil corporações de bombeiros combatem um fogo posto no pinhal da Azinheira / Não perca já a seguir, cadela presa e violada desde as 4 da manhã até às 11 da noite que sobrevive e consegue escapar-se ilesa das mãos do agressor / Ricardo bate com o nariz na trave e talvez fique sem jogar nas próximas duas épocas / Não perca já a seguir, cadela...
Irra!, temos uma televisão e um (home)cinema à prova de atrasado mental.
O dia televisivo começa bem cedo com um grupo de desocupados e videntes lisboetas a falarem de outros grupos de desocupados e lisboetas em maior grau.
As telenovelas (única, real e séria pandemia com a qual as populações se deveriam preocupar), que vêm depois, rodam das 12 horas até depois da meia noite, e falam sempre da ceguinha ou da menina pobre que também é empregada de limpeza e sabe cantar bem como o caraças e que também tem artes de estilista e de muitas outras coisas. Menina essa, que apesar de ser constantemente atormentada por cólicas renais, consegue descobrir, mesmo ao cair do pano, que os pais eram bué de ricos e que afinal, o final só agora feliz, já deveria ter acontecido há éne de tempo. Já chega de ceguinhas e meninas pobrezinhas, pode ser? E, já agora, passem essas coisas mais cedo que os avozinhos precisam de dormir e as criancinhas têm que levantar cedo para irem à escola.
Depois há uma série de séries em que entram cães e detectives porque a investigação acompanhada de um gato é pouco na moda e ainda ninguém nos outros países europeus arriscou essa espécie de bicho no argumento dos filmes sobre detectives. Nem esse bicho nem outra coisa que não seja sobre detectives. Onde está a nossa criatividade, porra?! Já que o detective tem que ser mesmo detective e tem que andar auxiliado por um animal qualquer, que surja no ecrã com um super-pato que consegue abrir os portões mais secretos e qualquer tipo de lata de cerveja com o seu super-bico, dá para ser?
Os detectives, os polícias, os cães, estão para as nossas séries televisivas como os canalizadores atléticos, os mecânicos oleosos, os fatos de macaco, as meninas com mini-saias aos folhos, as enfermeiras de bata reduzida e branca, os lábios pintados de vermelho, os palheiros, as oficinas e as salas de arrumos dos hospitais estão para os argumentos dos filmes pornográficos: Ultrapassados!
Os concursos e os programas de entretenimentos, conduzidos por gordos e gordas, com comportamentos bipolares, são cópias mal feitas dos programas realizados lá fora. Parece que em Portugal já ninguém tem a capacidade para inventar sozinho, e sem ter que pagar direitos de autor, um cenário para meter quatro ou cinco caramelos a responderem a meia dúzia de perguntas com grau de dificuldade zero.
E os telejornais das oito? Cadela presa e violada desde as 4 da manhã até às 11 da noite sobrevive e consegue escapar-se ilesa das mãos do agressor / O preço do crude atinge novo máximo histórico / Não perca já a seguir, cadela presa e violada desde as 4 da manhã até às 11 da noite que sobrevive e consegue escapar-se ilesa das mãos do agressor / Cinquenta mil corporações de bombeiros combatem um fogo posto no pinhal da Azinheira / Não perca já a seguir, cadela presa e violada desde as 4 da manhã até às 11 da noite que sobrevive e consegue escapar-se ilesa das mãos do agressor / Ricardo bate com o nariz na trave e talvez fique sem jogar nas próximas duas épocas / Não perca já a seguir, cadela...
Irra!, temos uma televisão e um (home)cinema à prova de atrasado mental.
Claro que fico triste!
8 Bocas:
Espero que ontem não tenhas perdido o especial 6 anos do Big Brother!
;-) Falhei essa, com muita pena minha.
O menino anda a ficar muito moderninho..."bué de ricos"; "éne de tempo"?
Que espécie de escrita é essa?
é uma escrita à telenovela ou à big brother.
You really are going through a critical stage!!!!
Take it easy :o)
Try looking on the good and positive side off things...
...there has to be light at the end of the tunnel somewhere.
Têm reparado então nos últimos programas da TVI?? "O meu ranhoso noivo" ou "Pedro, o dou-te-uma-queca-porque-és milionário"!?
Pelo menos em BigBrothers e seus clones tentava-se manter ainda a aparência de que o que importava era a verdade das reacções dos concorrentes. Nestes novos programas importa é unicamente é mentir aos concorrentes para que a apoteose final seja com confettis e uma grande faixa a gritar: "Enganei-te! Enganei-te!"
É o novo tipo de Apanhados. Apenas com mais efeitos-especiais!
Lol.
Não tinha visto o último comentário.
;-) Dou-te-uma-queca-porque-és milionário.
Acho que vi qualquer coisa desse género hoje na TVI a seguir ao almoço. Isto vai de mal a pior.
É verdade, mas em compensação tem umas meninas jeitosas ;-)
Post a Comment
<< Home